quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo Geológico

   A concepção comum de tempo é indicada por intervalos ou períodos de duração, no entanto, o tempo é imaterial, contínuo e corre conforme o senso comum, mais depressa ou mais devagar de acordo com o contexto que queremos aplicar. Com cerca de 4600 M.a., o nosso planeta é incrivelmente velho para os padrões de tempo humanos, no entanto, o tempo geológico decorrido até hoje é ainda pouco significativo.

   O Tempo Geológico começou como uma sequência cronológica e a sua medida encontrou barreiras difíceis de ultrapassar até ao século  XVIII, pois o Homem referenciava todos os fenómenos à escala da duração da sua própria vida. No século XIX, os geólogos criaram as unidades de tempo geológicas denominadas Eras (Pré-Câmbrico, Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico) e respectivos Períodos, onde só existiam estimativas aproximadas da duração destas divisões, mas que conseguiram ser bastante mais realistas do que as estimativas dos físicos da mesma época. Mais tarde, no século XX, com a descoberta da radioactividade, pouco a pouco, com a contribuição de inúmeros cientistas, foi-se construindo o conhecimento acerca da idade do nosso planeta.

  A ciência que consiste no estudo do tempo geológico através de um conjunto de métodos de datação é a Geocronologia. Esta, determina a idade relativa ou "absoluta" (termo incorrecto, pois nunca se consegue determinar a idade exacta apenas muito aproximada) de diversos eventos geológicos da Terra, rochas, sedimentos e fósseis. A Estratigrafia e a Paleontologia permitem uma geocronologia relativa, enquanto a radiocronologia ou datação radiométrica pertence aos métodos de geocronologia absoluta.
  As mais modernas técnicas de Geocronologia tornaram-se indispensáveis para os geólogos de todo o mundo. O método U-Pb é o mais utilizado, principalmente o de zircão, devido à sua existência nos três tipos de rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas) e às suas características isotópicas. Nas rochas sedimentares este método é utilizado para determinar a proveniência de sedimentos, nos minerais metamórficos é usado para datar eventos térmicos (impactos meteoríticos terrestres, etc) e para determinar histórias termocronológicas de terrenos, enquanto que nas rochas ígneas determina a idade de disposição de todas as composições (na faixa de idade do Terciário ao Arqueano Inicial).

  A Escala de Tempo Geológico representa a linha do tempo desde a formação do planeta Terra até ao presente. Baseada em grandes eventos geológicos da história da Terra, na fauna e na flora, divide-se em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades, permitindo-nos situar acontecimentos no tempo. As cinco unidades que recebem o nome de "Eras" são as mais elevadas das unidades Geocronológicas, denominadas Pré-Câmbrico, Paleozóico, Mesozóico, Cenozóico e Antropozóico, correspondem a mudanças maiores no desenvolvimento da vida na Terra.


Duração e inicio das Eras Geológicas e a sua comparação à escala de um ano.

  A Escala Estratigráfica, que contêm informação de 4600 M.a., divide-se em Unidades Cronostratigráficas, que permitem fazer relações temporais. Estas unidades objectivas são conjuntos de estratos que representam rochas formadas durante um determinado intervalo de tempo, permitindo fazer relações de idade. Destingem-se cinco unidades cronostratigráficas: Eeontema, Eratema, Sistema, Série e Andar.


Relação entre unidades Cronostratigráficas e Geocronológicas.
   
  Os acontecimentos estratigráficos podem variar desde o segundo ao milhão de anos, podendo a sua ocorrência ser representada segundo a duração em:
  • Segundos - laminito, impacto de um meteorito;
  • Minutos - leito mamelonado de tempestito;
  • Horas - tempestito, turbidito, tsunamito;
  • Dias - piroclastito;
  • Semanas - inundito;
  • 1 Ano - varva;
  • 102 a 103 Anos - 1 cm de depósito pelágico;
  • 103 a 105 Anos - inversões magnéticas, teor em iridio, regressões e transgressões.

Tempestitos na praia da Ribeira das Lajes, Setúbal. 


Bibliografia:

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