segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Unidades Estratigráficas (Objectivas)

  As unidades estratigráficas são "pacotes" rochosos para efeito de referência e estudos. Podem ser divididos em unidades Objectivas, possíveis de seguir e cartografar através de observações directas, unidades Abstractas (temporais), que correspondem ao tempo das unidades Biostratigráficas (Biocronológicas) e Cronostratigráficas (Geocronológicas), e ainda Outras (unidades Pedostratigráficas, Magnostratigráficas, Litodémicas, etc), que não estão incluídas nos conjuntos anteriores.

  • UNIDADES OBJECTIVAS


Unidades Litostratigráficas - São unidades destingidas e delimitadas tridimensionalmente  por critérios litológicos. Os conceitos baseados na idade, ambiente de sedimentação e conteúdo paleontológico não representam critérios identificar uma unidade litoestratigráfica. Podem ser Formais ou Não Formais.

  As Unidades Formais têm de possuir nome iniciado por maiúscula, localização, descrição e características dos cortes tipo, pesquisa histórica sobre os estudos anteriores e verificação de sinonímia, inserção na geologia regional, conteúdo fóssil, variações de espessura laterais, limites, condições de génese (sempre que possível) e o significado paleogeográfico das rochas da unidade, correlações com outras unidades, idade (sempre que possível) e bibliografia. 

Grupo – Formação – Membro – Camada 

  O Grupo é o conjunto de duas ou mais Formações relacionadas litológicamente, geralmente oriundas de sequências deposicionais contínuas. 

  A Formação é a unidade litostratigráfica básica, a mais importante e fundamental. É uma porção significativa da sucessão estratigráfica de uma dada região, caracterizada por ter litologia própria, separação litológica observável em relação ás unidades adjacentes, existir possibilidade de ser seguida e identificada à superfície e no subsolo, e ser cartografável. Ex: Formação da Ota.

  Os Membros são conjuntos menores de estratos, pertencentes a uma dada Formação. A unidade de menor hierarquia distinguível dentro do Membro é a Camada, uma bancada assim especialmente designada devido a ser um conjunto estratificado de rochas litológicamente separável de outras contíguas. 

 As Unidades Não Formais  são:
-Unidades de uso industrial (aquíferos, areias petrolíferas, pedras ornamentais, depósitos minerais).
-Língua (corpos rochosos em forma de lente biconvexa ou plano-convexa com litologia diferente das rochas encaixantes - lentilha ou lentícula), que apenas designam formas geométricas especiais de Membros ou Formações.
-Recifes (massas de carbonatos bioconstruídos por coraliários, algas e outros organismos sedentários), que podem equivaler a uma, duas ou mais Formações.



Unidades Biostratigráficas - São unidades baseadas no conteúdo fossilífero.

  Resultam da organização dos corpos líticos em unidades baseadas no seu conteúdo e distribuição (muito irregular) de fósseis nos sedimentos, revelando mudanças evolutivas significativas ao longo do tempo geológico. Correspondem a intervalos de tempo muito curtos, e têm o inconveniente de restringir a área geográfica, sendo meramente a nível regional.
   A zona bioestratigráfica ou biozona representa a unidade básica da bioestratigrafia, que pode ser baseada na identificação de um ou mais taxa, sua abundância relativa, feições morfológicas específicas de um grupo fóssil ou variações em outras características relacionadas ao conteúdo e a distribuição dos fósseis nos estratos. Os taxa são conhecidos como marcadores zonais, fósseis-guia ou fósseis-índice, que para serem considerados “bons” devem ter um táxon de curto alcance estratigráfico, alto potencial de preservação, ampla dispersão geográfica, ser abundante e de fácil diagnose.
  A sua problemática está centrada na distribuição e ocorrência de associações de fósseis, devido a remeximentos e introdução de fósseis em unidades líticas mais antigas, podem ocorrer relações entre comunidades vivas e associações mortas. As dificuldades na interpretação também derivam das séries condensadas e das misturas ou associações de fósseis de idade e/ou ambientes diferentes no mesmo nível.

Tipos de Biozonas:

1) Zonas de conjunto ou Cenozonas 

  Conjuntos de camadas em que o conteúdo fóssil na globalidade constitui um conjunto natural, destinguindo-o das camadas adjacentes. Podem fundamentar-se em qualquer tipo de fósseis que supostamente viveram, morreram ou se acumularam em conjunto.
  As Cenozonas são úteis como indicadoras de ambientes e no estabelecimento de correlações. Têm pouco significado temporal e os seus limites são marcados nos extremos de ocorrência do conjunto característico. A sua designação é feita a partir de dois ou mais dos fósseis significativos constituintes.
  Existem dificuldades de interpretação derivadas de remeximentos, de transporte, da destruição diagenética dos fósseis e outras.

2) Zonas de extensão vertical ou Acrozona 

  Conjunto de estratos representativo da distribuição total (espacial e temporal) de ocorrência de qualquer unidade taxonómica, seleccionada do conjunto de formas de sequência estratigráfica. A acrozona de uma espécie é uma parte de uma biozona representada numa região (localidade), incluindo todos os estratos desde o primeiro aparecimento da espécie na secção até ao seu desaparecimento.

2.1) Zonas de extensão vertical simples  

  Estratos que representam a totalidade da ocorrência (vertical e horizontal) dos fósseis de um dado taxon. Tem bom significado temporal e paleoecológico, e os seus limites marcados pelos biohorizontes extremos de ocorrência do taxon definidor.

2.2) Zona de Oppel

  Conjuntos de estratos caracterizados por conterem uma associação, ou mais, dos taxa seleccionados, com distribuição vertical e horizontal (restrita e com sobreposição elevada). Os limites são os da ocorrência dos taxa característicos da zona e a sua designação é a partir do nome de um taxon definidor importante. A sua aplicação é restrita a uma província paleogeográfica.
 
2.3) Zonas filéticas ou Filozonas

  Conjunto de estratos representativo do intervalo correspondente a um segmento de uma linhagem evolutiva, tendo um excelente significado temporal. A sua designação é a partir do taxon índice ou deste juntamente com o de uma forma intermédia ou com a última da linhagem.
  Marcadas acima e abaixo por mudanças nas suas características, os limites das zonas de linhagem são determinados por biohorizontes representativos do primeiro aparecimento e extinção ou transição da forma usada na definição.
  As filozonas são o meio mais fiável no estabelecimento de correlações bioestratigráficas, sobretudo quando usados conjuntos de zonas em sobreposição baseadas em várias linhagens, e uma vez que seus limites são muito próximos dos limites das unidades cronoestratigráficas. O seu nome é atribuído pelo táxon cujo alcance parcial representa a filozona.

3) Zonas de apogeu ou de Acme  

  Conjunto de estratos representativos do máximo desenvolvimento de um taxon. Existe alguma dificuldade de caracterização,mas têm algum significado temporal.

4) Zonas de intervalo

  Conjuntos de estratos situados no intervalo entre dois horizontes. A sua designação é feita a partir dos nomes dos horizontes delimitadores ou de um fóssil que ocorra na zona (embora não confinado a ela), ou então por um símbolo numérico ou alfabético. Os limites são os das primeiras ou últimas ocorrências de taxa diversos, ou os de biozonas sucessivas.

Outros tipos de Biozonas:

  Baseadas na extensão de icnitos (pegadas fossilizadas da actividade de animais) na transformação de comunidades, em mudanças morfológicas de organismos, etc.

Biohorizontes

  São superfícies de separação de biozonas (segundo os anglo-saxãs), ou unidade biostratigráfica elementar - conjunto de sedimentos contendo uma fauna homogénea e impossível de maior subdivisão (segundo a definição da escola francesa). Possuem um significado temporal muito elevado, mas muito limitado espacialmente. Os seus limites são heterócronos.
  Horizontes autocronológicos, baseados nos estados evolutivos sucessivos de uma mesma linha e em que as espécies se sucedem em continuidade perfeita, têm significado temporal elevado. Horizontes alocronológicos, definidos pelo aparecimento brusco de taxones, por modificações ecológicas (limites heterócronos de região para região) ou pela chegada de imigrantes.



Unidades Cronostratigráficas – São baseadas nas relações de idade de conjuntos de rochas formadas durante determinado intervalo de tempo. O objectivo é organizar todas as sequências da Terra em relação ao tempo correspondente à sua formação.

A cronostratigrafia é a classificação sistemática dos estratos em unidades correspondentes a intervalos temporais. A sua finalidade e objectivo são as unidades cronostratigráficas, que determinam as relações temporais locais de modo a estabelecer uma escala cronostratigráfica geral.

Eonotema – Eratema – Sistema – Série – Andar
Eon – Era – Período – Época – Idade

O Andar é a unidade base da cronostratigrafia, devido à sua amplitude e extensão geográfica global. É um conjunto de estratos que contem fósseis de organismos marinhos ou terrestres que representam um dado intervalo de tempo, correspondendo a um estado da natureza no passado.
Devem ser definidos num único corte com exposição total em continuidade, escolhido em unidades marinhas de preferência, pois são mais favoráveis para o estabelecimento de correlações. As suas designações são baseadas em nomes geográficos aos quais se junta o sufixo «-iano», à semelhança da Idade, mas enquanto esta refere-se ao tempo representado na rocha, o andar refere-se à rocha fisicamente.

As Séries são subdivisões dos Sistemas e o agrupamentos de Andares, enquanto as Épocas são intervalos temporais de deposição das Séries. A sua designação deve ser feita através de um termo geográfico característico, da região em questão (ex. Miocénico, Holigocénico).

O Sistema e o Período são unidades cronostratigráficas de referência à escala global, de largo uso e fácil reconhecimento. As designações têm coma base a posição do «calendário» da história da Terra (Terciário, Quaternário), litologia predominante na região tipo (Carbónico, Cretácico) ou termos geográficos (Pérmico, Devónico).

As categorias mais elevadas das unidades cronostratigráficas e geocronológicas são a Eratema e a Era, constituídas respectivamente por Sistemas e Períodos, correspondem a mudanças maiores no desenvolvimento da vida na Terra. Ex: Paleozóico (vida antiga), Mesozóico (vida intermédia), Cenozóico (vida recente).

Eonotema e Eon são as maiores divisões da história da Terra, constituídas por vários Eratemas e Eras, respectivamente. Ex: Hadaico (tempos mais antigos), Arcaico (tempos antigos), Proterozóico (vida primitiva) e Fanerozóico (vida evidente).



Bibliografia:
  • POPP, José Henrique (1987). Introdução ao estudo da ESTRATIGRAFIA e da interpretação de AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO. Scientia et Labor - Editora da UFPR.
  • Estratigrafia" por João Pais, FCT (UNL);
  • Sebenta de Petrologia Sedimentar e Sedimentologia, por Ricardo Manuel (2009);
  • Consultado em http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-44072008000100003&lng=pt&nrm=, a 30.11.2010;

sábado, 13 de novembro de 2010

Fáceis

  O termo Fácies deriva do latim, facia ou facies, que significa aparência externa, aspecto, que segundo o Código Estratigráfico Internacional está definido como “aspecto, natureza ou manifestação de carácter (que normalmente reflecte condições de génese) de camadas de rochas ou de constituintes específicos de camadas de rochas, independentemente do tempo de origem”.

  O conceito tem vindo a ser bastante alargado (litofácies, biofácies, fácies mineralógica, fácies marinha, fácies vulcânica, fácies boreais, etc). Em regra, o termo fácies é usado para:
  • Caracterizar um tipo de rocha ou uma associação de rochas (litotipo), considerando qualquer aspecto genético, composicional, químico ou mineralógico, morfológico, estrutural ou textural distintivo, para fins de referência durante um estudo geológico. 
  • Caracterizar as rochas de um dado ambiente.
  • Dar conotação ao tipo de ambiente onde se está a formar, se formou ou se transformou a rocha. Exemplos: fácies pelágico, fácies vulcânico, fácies metamórfico, fácies lacustrino. 

  Em Estratigrafia, o termo corresponde aos seguintes significados:
  • Aparência de um corpo rochoso; 
  • Composição ou natureza actual de um corpo rochoso; 
  • Corpo lítico em si mesmo, identificado pelo seu aspecto ou composição; 
  • Ambiente em que corpo lítico se formou.

  A principal fáceis utilizada em Estratigrafia e Paleontologia é a Fáceis Sedimentar, definida como a característica especifica das rochas sedimentares onde se transmite informação da formação das mesmas (processos de transporte, deposição e/ou diagenese próprio de um determinado ambiente ou bacia sedimentar). Esta, pode agrupar diferentes litologia partindo do princípio que os diferentes tipos litológicos representam vários sub-ambientes de um ambiente sedimentar que pode ser bem caracterizado.

  Segundo Selley (1970): "representam conjuntos de rochas sedimentares que podem ser definidos e separados de outros pela sua geometria, litologia, estruturas sedimentares, distribuição de paleocorrentes e fósseis".

  O conjunto de materiais sedimentares pode ser distinguido dos outros (depositados ao mesmo tempo e em ambientes distintos) através das suas características litológicas e paleontológicas. Assim, diferentes fáceis podem indicar diferentes ambientes sedimentares. Ex: Fáceis de granoselecção em arenitos indica correntes turbiditicas; fáceis conglomeráticas podem indicar ambientes de canhões submarinos.


  Segundo Weller, o termo fácies pode ser aceite como referindo-se a rochas ou sedimentos, aos seus aspectos, composição ou ambientes de génese. Em 1960, este, elabora a seguinte Classificação geral:

Tipo I:  Fácies Petrográficas, definidas com base no aspecto ou composição petrográfica.
  • Classe 1 - fácies generalizadas, constituídas por todas as rochas de um determinado tipo.
  • Classe 2  - fácies constituídas por corpos de rochas com forma, extensão e relações mútuas indefinidas.
Tipo II: Fácies Estratigráficas, que são corpos líticos com forma variada, composição característica e separados de outros pelas suas relações tri-dimensionais (limites e relações estratigráficas).
  • Classe 1 - unidades litostratigráficas convencionais (Formação, etc.). Distintas verticalmente, os limites entre fácies adjacentes são planos horizontais e as relações laterais são indefinidas.
  • Classe 2 - partes de uma unidade estratigráfica que variam lateralmente de modo gradual. Os limites verticais são planos bem definidos.
  • Classe 3 - partes de uma unidade estratigráfica com limites laterais irregulares, interligando-se com fácies vizinhas (litosomas).
Nota: Frequentemente estas três classes de fácies estratigráficas passam, gradualmente, de umas às outras.

Tipo III: Fácies Ambientais, definidas com base no ambiente de génese dos corpos líticos. O ambiente é tomado em sentido amplo: litológico (nomeadamente sedimentológico), biológico, tectónico, etc. Este tipo de fácies é o que mais se aproxima da definição clássica baseada no aspecto, ou características de uma dada rocha.



  A forma pela qual as fácies se associam e sucedem é dada pela Lei de Correlação de fácies de Walther (1894):  “Uma sequência vertical de fáceis é originada por sequências laterais de fáceis de ambientes”.




  Esta Lei diz-nos que as fáceis que existiam justapostas na paisagem no momento do seu depósito, apresentam-se sobrepostas verticalmente (em continuidade) numa série geológica, que por sua vez também existem lateralmente.
  • Representa uma relação entre evolução no tempo (permanência das condições de sedimentação) e variação no espaço (diversidade de fácies).
  • Admite ambientes de erosão, equilíbrio e de deposição, e considera como parte integral da sequência de fáceis os intervalos intra formacionais de erosão.
  • Da migração progressiva dos meios de deposição, no decurso dos processos de transgressão e de regressão, resulta a sua sobreposição.
  • Linhas de “igual-fácies” ou de isofácies são oblíquas às linhas de tempo, mudando a idade de qualquer camada ou Formação de ponto para ponto.


Bibliografia:
  • Consultado em http://vsites.unb.br/ig/glossario/ (Lei de Walther e Fáceis Sedimentares), a 12.11.2010;
  • "Estratigrafia" por João Pais, FCT - UNL;
  • Sebenta de Petrologia Sedimentar e Sedimentologia, por Ricardo Manuel (2009);
  • Apontamentos tirados nas Aulas de Petrologia Sedimentar e Sedimentalogia leccionadas pela professora Beatriz Marques, FCT - UNL (2009).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo Geológico

   A concepção comum de tempo é indicada por intervalos ou períodos de duração, no entanto, o tempo é imaterial, contínuo e corre conforme o senso comum, mais depressa ou mais devagar de acordo com o contexto que queremos aplicar. Com cerca de 4600 M.a., o nosso planeta é incrivelmente velho para os padrões de tempo humanos, no entanto, o tempo geológico decorrido até hoje é ainda pouco significativo.

   O Tempo Geológico começou como uma sequência cronológica e a sua medida encontrou barreiras difíceis de ultrapassar até ao século  XVIII, pois o Homem referenciava todos os fenómenos à escala da duração da sua própria vida. No século XIX, os geólogos criaram as unidades de tempo geológicas denominadas Eras (Pré-Câmbrico, Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico) e respectivos Períodos, onde só existiam estimativas aproximadas da duração destas divisões, mas que conseguiram ser bastante mais realistas do que as estimativas dos físicos da mesma época. Mais tarde, no século XX, com a descoberta da radioactividade, pouco a pouco, com a contribuição de inúmeros cientistas, foi-se construindo o conhecimento acerca da idade do nosso planeta.

  A ciência que consiste no estudo do tempo geológico através de um conjunto de métodos de datação é a Geocronologia. Esta, determina a idade relativa ou "absoluta" (termo incorrecto, pois nunca se consegue determinar a idade exacta apenas muito aproximada) de diversos eventos geológicos da Terra, rochas, sedimentos e fósseis. A Estratigrafia e a Paleontologia permitem uma geocronologia relativa, enquanto a radiocronologia ou datação radiométrica pertence aos métodos de geocronologia absoluta.
  As mais modernas técnicas de Geocronologia tornaram-se indispensáveis para os geólogos de todo o mundo. O método U-Pb é o mais utilizado, principalmente o de zircão, devido à sua existência nos três tipos de rochas (ígneas, sedimentares e metamórficas) e às suas características isotópicas. Nas rochas sedimentares este método é utilizado para determinar a proveniência de sedimentos, nos minerais metamórficos é usado para datar eventos térmicos (impactos meteoríticos terrestres, etc) e para determinar histórias termocronológicas de terrenos, enquanto que nas rochas ígneas determina a idade de disposição de todas as composições (na faixa de idade do Terciário ao Arqueano Inicial).

  A Escala de Tempo Geológico representa a linha do tempo desde a formação do planeta Terra até ao presente. Baseada em grandes eventos geológicos da história da Terra, na fauna e na flora, divide-se em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades, permitindo-nos situar acontecimentos no tempo. As cinco unidades que recebem o nome de "Eras" são as mais elevadas das unidades Geocronológicas, denominadas Pré-Câmbrico, Paleozóico, Mesozóico, Cenozóico e Antropozóico, correspondem a mudanças maiores no desenvolvimento da vida na Terra.


Duração e inicio das Eras Geológicas e a sua comparação à escala de um ano.

  A Escala Estratigráfica, que contêm informação de 4600 M.a., divide-se em Unidades Cronostratigráficas, que permitem fazer relações temporais. Estas unidades objectivas são conjuntos de estratos que representam rochas formadas durante um determinado intervalo de tempo, permitindo fazer relações de idade. Destingem-se cinco unidades cronostratigráficas: Eeontema, Eratema, Sistema, Série e Andar.


Relação entre unidades Cronostratigráficas e Geocronológicas.
   
  Os acontecimentos estratigráficos podem variar desde o segundo ao milhão de anos, podendo a sua ocorrência ser representada segundo a duração em:
  • Segundos - laminito, impacto de um meteorito;
  • Minutos - leito mamelonado de tempestito;
  • Horas - tempestito, turbidito, tsunamito;
  • Dias - piroclastito;
  • Semanas - inundito;
  • 1 Ano - varva;
  • 102 a 103 Anos - 1 cm de depósito pelágico;
  • 103 a 105 Anos - inversões magnéticas, teor em iridio, regressões e transgressões.

Tempestitos na praia da Ribeira das Lajes, Setúbal. 


Bibliografia: